terça-feira, 30 de novembro de 2010

Tabaco


(Nicotiana obtusifolia)
 
Eram tabaco e toda vez que os via, se sentia um viciado. Talvez nem tanto pelo nome, que David demorou a descobrir. Para ele tanto fazia se o nome daquele tom característico de castanho penetrante era avelã, café ou negro. Eram os olhos dela e isso era o suficiente. Mas desde que descobriu que se chamava tabaco e nada menos que isso, tudo passou a fazer mais sentido.
Depois disso, tabaco nunca mais foi amargo para David.
Tabaco, tabaco, tabaco. Dito assim, tantas vezes, não era mais romântico do que a prece desesperada de um viciado, mas David pensava que, se esse era seu nome, porque não dizê-lo? Tabaco, tabaco, tabaco. Quando você é um viciado, admitir o fato não custa nada.
O difícil mesmo é manter o vício sem enlouquecer com ele.
No caso de David, não enlouquecer quando os olhos dela ignoravam os seus.
Porém, assim como o modo indefinido que descobrira o nome da cor, David não saberia dizer como ou por que amava tanto aquele tom escuro dos olhos dela. Era estranho. Tremendamente estranho. E quando se descobriu dependente, o garoto não pode mais largá-los. Não que ele quisesse. Se todos os vícios fossem doces como aquele, David desejava estar viciado em todas as drogas do mundo.
Podia ser amor, masoquismo, obsessão.
Vício.
Ele não se importava.
Porque o maior estrago de todos já estava feito: o tabaco havia o viciado.
E enquanto tentava suportar a abstinência dos olhos tabaco dela, sentia inveja dos viciados em tabaco comum.
Porque, enquanto os outros apenas não podiam viver sem a droga que aos poucos matava seus corpos, ele não podia viver sem a droga que mutilava seu coração.
É, talvez fosse a hora de ele começar a fumar também.

#
[English version]

They were tobacco and every time he saw them, it feels like an addicted. Maybe not for the name because David had got any time to discover it. In his opinion, that glaring colour could be named hazel, coffee or black that it didn’t really matter. They were her eyes and it was enough to him. But since he had discovered it named tobacco, everything made more sense.
After that, tobacco never was bitter to David.
Tobacco, tobacco, tobacco. Saying this word so many times didn’t look more romantic than a desperate addicted’s pray, but David thought that if ‘tobacco’ was the true name, why didn’t say it? Tobacco, tobacco, tobacco. When you’re an addicted, only admit the fact is like nothing it all.
The hardest it’s keeping the vice without get crazy with it.
In David’s case, don’t get crazy when her eyes ignore him.
However, like the undefined way he had discovered colour’s name, David didn’t know how or why he loved so much her dark eyes tone. It was strange. Absolutely strange. And when it discovered addicted, the boy couldn’t take back your freedom. But even if he could, he wouldn’t. If all vices were sweet like that, David wanted be addicted in every drug of world.
Might be love, masochism, obsession.
Vice.
He didn’t care.
Tobacco already caught him.
And while he tried to tolerate the abstention of her tobacco’s eyes, it felt envy of common addicts.
Because while the others only couldn’t live without the drug that killed your body, he could live without the drug that mutilated his heart.
Yeah… maybe it was time of starting smoke too.

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(Desculpem pelos inevitáveis erros de tradução. É apenas um treino, apenas um teste. É apenas uma verificação se o vício continua presente mesmo na língua inglesa.
K.)

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