A capa é sugestiva e seu resumo na contracapa esboça mais promessas do que iria cumprir – fortes comparações com Harry Potter, As Crônicas de Nárnia e O Mágico de Oz. Não se engane: tudo o que Lev Grossman, o autor de Os Magos, menos quer é isso.
Na história protagonizada por Quentin Coldwater, um garoto de 16 anos que muitos chamariam erroneamente de “Harry Potter do Brooklyn” (uma vez que não haveria diferenças maiores do que a de Harry com Coldwater), Grossman deixa bem claro que, diferente da história de J. K. Rowling, Quentin não é nem será um herói – quem se aventura a ler, percebe que, desde o início, esse personagem principal toma ares de coadjuvante durante toda a história, deixando-se passar pelos demais personagens. Grossman assim deixa bem claro tanto que está cansado de heróis perfeitos quanto que Quentin não é um deles: não tem grandes qualidades, ambições, nem habilidades que o destaque dos demais. E é com essas características que se iniciam as desventuras do jovem mago.
Quentin vive em seu mundo no Brooklyn como um estranho dentro dele, pensando estar no lugar errado e esperando que algo diferente aconteça, mas sem mover-se para mudar a realidade, se refugiando na leitura de vários livros sobre um mundo mágico chamado Fillory (que o autor retrata como As Crônicas de Nárnia). Não deixa de ser uma alfinetada inteligente de Grossman para todos aqueles que se sentem na mesma situação de monotonia do jovem e que preferem sonhar a agir.
Mas ao contrário do que se esperaria, quando Quentin descobre a magia e amigos que poderiam mudar sua vida, nem por isso a sensação de estar no lugar certo se concretiza para o garoto. Em um desassossego constante, Quentin parece solitário na maior parte do tempo, mesmo quando acompanhado daqueles que se importam com ele, procurando por um propósito maior e muitas vezes se afundando por ele, sem saber o que exatamente procura. Argumentando a favor de Quentin, em sua busca de um final feliz, ao contrário de muitos heróis, de fato, ele está mais sozinho. São as escolhas dele que o guiarão durante suas desventuras bem mais do que a sorte, azar ou destino. E isso não poderia ser fácil.
A história é inconstante, intercalando períodos cheios de informação e aventura com longas passagens de embriaguez (talvez venha daí a famosa "dose de uísque puro", que George R. R. Martin escreve na capa, pois Harry Potter para mim ainda é uma leitura superior) e conversas simplesmente jogadas fora. Mas se resolver ler o livro, saiba que O Mago não é uma história sobre a procura de Quentin a um lugar mágico chamado Fillory. Na verdade, é uma história sobre a procura da felicidade e a efemeridade dela. E de como nunca a colocamos onde estamos.
Na história protagonizada por Quentin Coldwater, um garoto de 16 anos que muitos chamariam erroneamente de “Harry Potter do Brooklyn” (uma vez que não haveria diferenças maiores do que a de Harry com Coldwater), Grossman deixa bem claro que, diferente da história de J. K. Rowling, Quentin não é nem será um herói – quem se aventura a ler, percebe que, desde o início, esse personagem principal toma ares de coadjuvante durante toda a história, deixando-se passar pelos demais personagens. Grossman assim deixa bem claro tanto que está cansado de heróis perfeitos quanto que Quentin não é um deles: não tem grandes qualidades, ambições, nem habilidades que o destaque dos demais. E é com essas características que se iniciam as desventuras do jovem mago.
Quentin vive em seu mundo no Brooklyn como um estranho dentro dele, pensando estar no lugar errado e esperando que algo diferente aconteça, mas sem mover-se para mudar a realidade, se refugiando na leitura de vários livros sobre um mundo mágico chamado Fillory (que o autor retrata como As Crônicas de Nárnia). Não deixa de ser uma alfinetada inteligente de Grossman para todos aqueles que se sentem na mesma situação de monotonia do jovem e que preferem sonhar a agir.
Mas ao contrário do que se esperaria, quando Quentin descobre a magia e amigos que poderiam mudar sua vida, nem por isso a sensação de estar no lugar certo se concretiza para o garoto. Em um desassossego constante, Quentin parece solitário na maior parte do tempo, mesmo quando acompanhado daqueles que se importam com ele, procurando por um propósito maior e muitas vezes se afundando por ele, sem saber o que exatamente procura. Argumentando a favor de Quentin, em sua busca de um final feliz, ao contrário de muitos heróis, de fato, ele está mais sozinho. São as escolhas dele que o guiarão durante suas desventuras bem mais do que a sorte, azar ou destino. E isso não poderia ser fácil.
A história é inconstante, intercalando períodos cheios de informação e aventura com longas passagens de embriaguez (talvez venha daí a famosa "dose de uísque puro", que George R. R. Martin escreve na capa, pois Harry Potter para mim ainda é uma leitura superior) e conversas simplesmente jogadas fora. Mas se resolver ler o livro, saiba que O Mago não é uma história sobre a procura de Quentin a um lugar mágico chamado Fillory. Na verdade, é uma história sobre a procura da felicidade e a efemeridade dela. E de como nunca a colocamos onde estamos.
Boa leitura!
Os Magos, Lev Grossman
2009, Editora Amarilys
455 páginas
Nenhum comentário:
Postar um comentário